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Belas Palavras - comunicação e vínculo

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“Ñe’e porã, na língua e na cultura guarani, significa “as belas palavras”, aquelas que impulsionam o outro que escuta ao encontro com sua luz, com o que há de melhor dentro de si mesmo. São palavras faladas e escutadas de coração a coração” (Nilton Fisher) Belas Palavras é uma expressão do povo Guarani. A expressão original "ne'e porã" pode ser traduzida como belas palavras, palavras formosas, palavras sagradas... É que beleza e sacralidade estão muito próximas na cultura guarani - a palavra “porã” significa ao mesmo tempo belo e sagrado . Assim também é com a palavra “ne’e”, que sintetiza as ideias de palavra , linguagem e ser/alma , como nos explica Kaká Werá, em seu livro Tupã Tenondé: “Para o pensamento Guarani, ser e linguagem, alma e palavra são uma coisa só”. Para mim, as belas palavras guarani são fonte de inspiração para um jeito de viver e de nos comunicar que cuida das nossas relações, que reconhece que a Vida é sagrada e que estamos todos interconec

Luto por ela e por ele

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Escrevo esse texto como forma de dar espaço ao LUTO tão presente aqui nesse momento. Sinto a dor de imaginar que uma mulher negra sofreu assédio sexual por um homem negro. Sinto a dor de saber que um homem negro com uma trajetória tão preciosa na defesa dos direitos humanos foi exonerado do ministério. E ambas as dores são legítimas. Se tomo partido, se escolho quem eu acho que está mentindo, invalido uma das minhas dores. E nego a uma dessas pessoas o reconhecimento da sua condição humana. Talvez seja esse o grande desafio das pessoas em movimentos (negros, feministas, de esquerda…) nesse momento. Com os recursos que recebemos/aprendemos na nossa cultura, fica muito difícil ter uma visão ampla, complexa, que abranja ambas as humanidades, ambas as nossas dores. Aprendemos a tomar partido, aprendemos que se alguém está falando a verdade, o outro (que fala o oposto) está mentindo. Aprendemos que uma pessoa acusada é culpada ou inocente; que se um é culpado, o outro é a vítima. E assim ta

Titulação de facilitadores de Biodança

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  Fui convidada por três pessoas que eu admiro e quero muito bem pra compor a banca apreciadora das suas Obras Sínteses da conclusão do Curso de Formação de Facilitadores de Biodança, da Escola de Biodança do Ceará (EBC), todos orientados por Cleusa Denz, facilitadora-didata e amiga querida. Narcélio Torres apresentou sua obra síntese "Uma jornada em busca de mim mesmo", em formato de entrevista. A obra síntese da Izabele Brito, " Biodança: uma experiência transformadora" foi apresentada através de imagens, textos, vídeo, canto, sorrisos e lágrimas. E Siomar Ziegler apresentou sua obra síntese: "A mulher que, beirando os 60, descobriu a Biodança" em formato de esquete teatral, que incluía vídeo, dança e palavras geradoras. As mesas apreciadoras eu dividi com Carmen Paula, Reni Dino, Idalice Barbosa e nosso mestre Cezar Wagner, além das outras duas outras mesas que aconteceram no mesmo dia, de Márcia Aires e Manuela Guerreiro, que tiveram minha mãe Zeza

Vivência "Mulheres cuidando de si" - 2a. edição

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Tantas vidas juntas, tanta Vida a reencontrar. No próprio corpo, na respiração, no diálogo com a outra. Na grama macia sob os pés, nas flores, no cheiro das ervas, na joaninha que passeia pelo jardim… Tantas vidas de mulheres que se entrelaçaram em dança e criatividade, reencontrando também nossas crianças em meio a tintas, cola, tecidos e lantejoulas. E a cada (re)encontro, nos fortalecemos, nos tecemos em rede, colo e potência de vida. Redescobrimos quem somos e o que podemos ser. Gratidão a cada mulher que veio ao nosso encontro na segunda edição da Vivência “Mulheres cuidando de si”, realizada pelo Instituto Zeza Weyne. Em breve, teremos mais!  

A CNV no cuidado com as professoras

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  "A Comunicação Não-violenta no cuidado com as professoras" foi o tema da vivência que realizamos na Creche Escola Mundo da Criança. Escutar a si mesma, com conexão. Escutar a outra, com compaixão. Estar em roda, sustentando o cuidado coletivo. Foi assim que criamos o espaço de confiança necessário pra partilhas delicadas delicadas e também pra deixar rolar algumas lágrimas, mesmo no rosto daquelas que diziam não gostar de demonstrar as emoções. Sim, porque numa sociedade que afirma que emoção é sinal de fraqueza, abrir espaço pro sentir é uma conquista. E também é o que precisamos pra fortalecer vínculos e cuidar do que é importante pra nós - inclusive das crianças. Grata às professoras da Mundo da Criança, à equipe de gestão e a Myra, pelo convite e a confiança no meu trabalho. Sigamos, cuidando das professoras e professores!
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   O cotidiano dos/as professores/as é cheio de muitos desafios. Mesmo com realidades muito diferentes, seja no contexto das escolas privadas, seja no das públicas, escutamos os/as professores/as contarem como se sentem cansados, sobrecarregados e às vezes ansiosos. Também não são raros os relatos de adoecimento e pedidos de licença para tratamento de saúde, em especial relacionados à saúde mental. É bem verdade que esses sentimentos muitas vezes convivem com o prazer e a realização de trabalharem com Educação. Ao mesmo tempo, muitas vezes os desconfortos não encontram espaço de acolhimento, no dia a dia corrido da escola. Por outro lado, sabemos que professores sobrecarregados e estressados têm mais dificuldade - tem menos espaço interno - para lidar com situações de indisciplina e conflitos entre as crianças ou adolescentes. Por isso, é muito importante criar espaços de apoio e acolhimento para os/as professores/as. Momentos onde eles/as possam expressar suas inquietações e desconfor

Não-violência primeiro consigo mesma

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Eu conheci “ ahimsa ” (o conceito de não-violência) primeiro pelo corpo, nas práticas de Yoga. Isso foi bem antes de começar a estudar Comunicação Não-Violenta. Diversas vezes eu escutei da minha querida mestra Solange Valle: “ ahimsa primeiro com você mesma”. Ela estava falando sobre respeitar o próprio corpo durante os asanas . Asana é a postura do Yoga, e seu significado também pode ser entendido como o equilíbrio entre firmeza e conforto. Esse equilíbrio (instável) permite que você consiga permanecer na postura, ao mesmo tempo que desafia seu corpo. E esse desafio é o que mantém a atenção focada, caminho para o objetivo real do Yoga: a meditação. Sem desafio, ou seja, sem algum nível de desconforto, não tem meditação. Porém, se o desconforto for grande demais, temos o resultado inverso: violência contra nós mesmas/os. Então, aprendi no Yoga e com o corpo, que precisamos exercitar a não-violência, antes de tudo, para com nós mesmas. O que é um desafio especialmente para mul

Uma Educação que enriquece a Vida

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Educação que enriquece a vida. Essa é a tradução literal do título do livro de Marshall Rosenberg, o criador da Comunicação Não Violenta, sobre sua experiência e proposta para as escolas. O título original em inglês é: Life-enriching Education . No Brasil, o livro foi publicado em 2021 pela editora Palas Athena com o título “Educação para uma vida mais plena”. Seu subtítulo dá pistas sobre o que Marshall apresenta ali: “Comunicação Não Violenta ajudando escolas a melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, reduzir conflitos e fortalecer bons relacionamentos”. Como já dissemos em um texto anterior, a Educação para uma vida mais plena pode ser descrita como o processo educativo que pretende servir à vida em si, e baseia-se na premissa de que a dimensão das relações (entre professores e alunos e dos alunos entre si) é tão importante quanto a dimensão da aprendizagem dos conteúdos. Em seu livro, Rosenberg aborda vários aspectos da Educação que enriquece a vida, comparando-a com uma educ