Como ficar amiga das suas emoções
Ontem escutei um episódio do podcast dO Lugar que falava sobre “sentir o que se sente”, com base nos estudos de Pema Chödrön. O que escutei me lembrou dos textos que publiquei esses dias, e me inspirou algumas reflexões.
No podcast, Gustavo Gitti apresentou uma metáfora muito esclarecedora sobre nossa relação com as emoções desconfortáveis. Algumas vezes deixamos que uma emoção assuma o lugar de nossa CHEFE (uma chefe autoritária, no caso), e é quando nos deixamos guiar cegamente por ela, caindo na reatividade.
Uma outra forma de nos relacionar com nossas emoções é acreditando que elas são nossas INIMIGAS. Nesse caso, queremos expulsá-la das nossas vidas, tentando reprimir ou parar de sentir aquilo que é desconfortável ou que pensamos que não deveríamos sentir.
Eu penso que, em ambos os casos, na verdade não estamos nos guiando pelas emoções, e sim pelos pensamentos que estão relacionados a elas. Porque não estamos nos dando tempo para “sentir o que estamos sentindo”, como convida Pema Chödrön. Ela propõe a prática do “repouso compassivo”, que significa dar espaço a essa emoção, sem se deixar dominar por ela.
A Comunicação Não Violenta faz um convite muito parecido.
(Por isso, a gente pode dizer que ela é também uma prática de meditação disfarçada de processo de comunicação).
A CNV nos convida a reconhecer e nomear as nossas emoções como forma de dar espaço a elas, de perceber como elas se expressam em nossos corpos. E vai além: ela nos oferece um caminho prático para acolher nossas emoções, quando nos convida a descobrir, investigar, procurar quais as necessidades que estão em sua raiz.
Na CNV, entendemos que toda emoção nasce das nossas necessidades: quando nossas necessidades estão satisfeitas, as emoções que surgem são confortáveis; e quando elas estão insatisfeitas, as emoções são desconfortáveis. Mas todas as emoções são bem vindas, justamente porque são sinais sobre as nossas necessidades, e por isso mesmo, excelentes guias para nossas decisões – nos tirando da reatividade e do (auto)silenciamento.
Mas é claro que nem sempre é fácil lidar com emoções desconfortáveis. Para isso, muitas vezes precisamos de apoio, em especial quando ainda estamos desaprendendo a percebê-las como CHEFES ou INIMIGAS. Pode ser muito valioso ter alguém que te acompanhe nessa investigação e te ajude a fazer amizade com as tuas emoções.
Pra saber como posso te apoiar, dá uma olhada aqui