Não existe parentalidade não-violenta sem considerar as desigualdades estruturais


A Não-violência enquanto movimento político foi, desde sua origem, considerou, questionou e se propôs a transformar as desigualdades e violências estruturais. Isso fica claro ao lembrarmos das suas expressões mais conhecidas, que ficaram famosas através de suas lideranças.

Mahatma Gandhi liderou o movimento (coletivo) de luta pela libertação da Índia da colonização da Inglaterra. Martin Luther King liderou o movimento (coletivo) pelo fim da discriminação racial nos Estados Unidos.

A não-violência é essencialmente um movimento comprometido com a transformação social, e precisa considerar violências como o racismo, o sexismo e a colonialidade, dentre outras.

A parentalidade não-violenta da mesma forma é uma construção coletiva, que considera a condição da mulher em nossa sociedade (em nossa desvantagem em relação aos homens), as especificidades da luta de mulheres negras, a questão da pobreza, os desafios de ser mãe solo, e a parentalidade (em especial a maternidade) como é entendida e exercida em nossa realidade como uma construção histórico-cultural fortemente marcada pelo processo de colonização.

A parentalidade não-violenta é feminista, anti-racista e decolonial (ou até contracolonial).