O luto é irmão da celebração
Um dia, eu estava no velório de uma pessoa muito querida pra mim. Era dia 24 de dezembro, véspera de natal. Eu estava muito triste e já havia chorado bastante. Depois dos ritos, um amigo e mestre me falou: “Agora vamos pra casa, pras nossas festas de natal. Por que a tristeza e a alegria convivem dentro de nós!”
Aquela lição ficou marcada em mim. Luto e celebração no mesmo dia: sim, no meu coração havia tristeza e alegria.
Enlutar significa despedir-se.
Viver o luto é reconhecer que perdemos algo ou alguém importante pra nós. Ou encarar que algo não aconteceu da forma como esperávamos. Um relacionamento, um projeto, uma ideia… ou mesmo uma ação minha que deixou coisas importantes desatendidas pra mim.
Enlutar é poder dar espaço para a tristeza, deixar ela fluir em nós e brotar através de lágrimas, palavras ou silêncios.
Celebrar significa nos conectar com a abundância da vida em nossa vida.
É reconhecer de onde vem a nossa alegria, e quem sabe até agradecer.
Celebrar nos permite ter clareza sobre o que importa de verdade e quais as escolhas que cuidam disso que é importante.
Quando enlutamos, abrimos espaço para o novo, e podemos seguir em frente.
Quando celebramos, trazemos clareza sobre quais as escolhas nos trazem felicidade.
O Luto é irmão da Celebração.
Dedico esse post a duas pessoas que me inspiram muito sobre a vivência do luto: Iaçanã e Ju Maroto.