O patriarcado e nossa capacidade de amar
"O Patriarcado, como nós o entendemos, emerge de uma separação fundamental de si mesmo, do outro, da vida e da natureza. Assim sendo, para reproduzir o patriarcado é necessário obediência na intenção de que cada geração internalize a separação e continue legitimando formas patriarcais de ser em todos os níveis.
Muito é necessário, em todos esses níveis, para interromper a reprodução do patriarcado. Uma das peças centrais imprescindíveis é fazer com que a transição para a maternidade/paternidade colaborativa seja a norma, em vez de ser a rara exceção.
Sem isso, mesmo que de alguma forma consigamos transformar as macroestruturas sociais, política e econômica, cada nova geração será exposta aos impossíveis conflitos internos e comprometimentos que o treinamento patriarcal demanda de nós, internalizará a versão dominante da realidade afim de sobreviver, e inevitavelmente recriará as relações e instituições existentes.
Mais significativamente, sem alterar nossa paternidade/maternidade, poderemos ficar sem suficiente capacidade coletiva de amar."
Miki e Arnina Kashtan