Vulnerabilidade

 

Quando eu era criança, eu era tão envergonhada que chegava a doer. Lembro da minha mãe reclamar porque eu não tinha coragem de ligar pra farmácia pra pedir um remédio.

- Eles não sabem nem quem tu é! - ela tentava me convencer. Mas o medo de dizer alguma coisa errada, mesmo pra um desconhecido, me paralisava.

Foram muitos anos experimentando correr o risco de me expressar, pouco a pouco. E lembro que assumir que eu tava envergonhada ou nervosa era libertador. (E ainda é!)

Eu me sentia mais próxima das pessoas. Parece que despertava a compaixão nelas. Pensando bem, acho que eu despertava compaixão em mim mesma.

Como diz a Brené Brown, a vulnerabilidade gera conexão. Me vulnerabilizar é um jeito de me conectar, antes de tudo, com minha própria humanidade.

Ontem uma amiga querida fez esse print e me enviou. Eu tava num momento de meditação. Descabelada!

Eu adorei me ver assim e me senti à vontade de ser vista assim também - confesso que me surpreendi com isso!

Sim, veio um pouquinho de vergonha. E veio junto uma celebração enorme por me permitir ser vista assim pelas pessoas - algumas que eu nem conheço.

E me dei conta que aparecer assim descabelada é também um jeito de revelar minha humanidade - e assim te convidar a se conectar com a tua humanidade também.

Grata, Marci @mbsousa por esse presente!