Você tem espaço pra escutar o outro?
“Ouvir o outro é me abrir para ser transformado”. Foi assim que eu ouvi Dominic Barter falar sobre a escuta empática. Eu tenho descoberto dia a dia a potência de escutar dessa forma. Realmente nos abre um mundo de possibilidades a ser construído com o outro.
Mas também é verdade que nem sempre tenho disponibilidade pra isso. Se a fala do outro se relaciona a alguma situação difícil que estou vivendo, a algum sofrimento, ela acaba se tornando estímulo pra mim. Se minha cabeça tá muito cheia de julgamentos, eu me fecho. Me fecho ao diálogo!
Se recebo a fala do outro como crítica, a tendência é me justificar. Se recebo como exigência, provavelmente vou me opor pra proteger minha autonomia. Se recebo como acusação, eu com certeza vou me defender.
Então o que fazer pra conseguir me manter aberta ao diálogo, pra conseguir escutar o outro com empatia?
Preciso também receber empatia! Marshall Rosenberg falou: “Em situações de sofrimento, recomendo primeiro obter a empatia necessária para ir além dos pensamentos que ocupam nossas cabeças, de modo que nossas necessidades mais profundas sejam reconhecidas.”
Então se você está sem espaço pra ouvir e acolher o outro, busque empatia antes. Pode ser um momento de auto-empatia (lembra da raiz da Árvore da Vida?) em que você mesma/o se conecta com seus sentimentos e necessidades. Ou pode buscar o apoio de alguém que te ofereça essa escuta, e te ajude a traduzir teus julgamentos em sentimentos e necessidades.
Espaços de escuta e apoio são essenciais pra mudança de paradigma que a Comunicação Não Violenta propõe. Você tem espaços pra ser ouvida/o?