A amizade sincera
Hoje é o dia do amigo e eu não posso deixar de lembrar dessa música do Renato Teixeira, que eu amo:
“Os verdadeiros amigos
Do peito, de fé, os melhores amigos
Não trazem dentro da boca
Palavras fingidas ou falsas histórias
Sabem entender o silêncio
E manter a presença mesmo quando ausentes
Por isso mesmo, apesar de tão raros
Não há nada melhor do que um grande Amigo”
Não quero focar na questão do que é um “verdadeiro amigo”, afinal a Comunicação Não Violenta nos convida a superar essas dicotomias (verdadeiro x falso, bom x mau, melhor x pior…).
Quero exaltar aqui a dimensão da sinceridade (que também chamamos de honestidade ou autenticidade), e que Renato Teixeira traz logo no título da canção. Ela é uma dimensão central da expressão na CNV, e significa falar a partir de si mesmo, assumindo nossas necessidades, sem responsabilizar o outro pelos nossos sentimentos.
Pra mim, ‘as palavras fingidas’ são aquelas que muitas vezes usamos quando expressamos tragicamente nossas necessidades. E as ‘falsas histórias’ são aquelas que aprendemos a contar pra nós mesmos nas nossas cabeças sobre o outro ser responsável pela minha felicidade.
O que ‘trazemos dentro da boca’ é a revelação do que trazemos na nossa cabeça. Por isso, a transformação que a CNV propõe começa em nosso jeito de pensar, para além de mudar nossa nossa linguagem.
E hoje, olhando de novo pra letra da música, eu percebi que Renato fala também sobre empatia, a outra dimensão central da CNV. Você conseguiu encontrar a empatia no trecho acima?
No capítulo sobre empatia de seu livro, Marshall traz um tópico específico sobre ‘entender o silêncio’ do outro, em que ele diz: “tenha empatia pelo silêncio escutando os sentimentos e necessidades por trás dele”.
E a presença, segundo Marshall, é a qualidade essencial da empatia. “A presença que a empatia requer não é fácil de manter”, ele diz. Por isso os exercícios de presença e focalização de atenção fazem parte da prática de CNV. E Renato nos convida a ‘manter a presença, mesmo quando ausentes’.
Você já experimentou isso? Você consegue se relacionar com seus amigos/as com sinceridade e empatia? Ou você acha algo muito desafiador?