Ouvindo minhas vozes internas
É tão maravilhoso ter a Comunicação Não Violenta pra me ajudar a lidar com minha indecisão! Sabe aqueles momentos de conflito interno, quando tem várias vozes na nossa cabeça, cada uma chamando pra fazer uma coisa diferente?
Esses dias eu vivi um conflito assim. Umas das vozes me dizia: “É melhor o Benki voltar pra escola”. Benki é meu filho, e na escola dele as aulas presenciais retornaram semana passada, num modelo de ensino híbrido.
Mas tinha outra voz que dizia assim: “É melhor deixar ele em casa”. Nós temos a opção de ficar somente assistindo aulas online, o que requer que eu esteja mais disponível pra acompanhá-lo e apoiá-lo com as tarefas (todos os dias!)
Bom, resolvi escutar essas vozes e descobrir do que cada uma delas estava tentando cuidar. Pra me ajudar nesse processo, usei um dos meus baralhos de CNV. E descobri que a voz que me diz pra “levá-lo pra escola” tá me contando do meu cansaço, da vontade de poder me dedicar ao meu trabalho com mais liberdade e tranquilidade, da minha necessidade de apoio e colaboração pra cuidar do meu filho.
Enquanto a voz que me diz pra “deixá-lo em casa” me conta sobre meu medo de ele adoecer, e de trazer o vírus pra minha família, e do quanto eu quero nos proteger, cuidar da nossa saúde e da nossa segurança.
Quando eu escuto essas vozes desse jeito, não quero descobrir qual está certa e qual está errada (socorro! esse paradigma do certo e errado tá em todo lugar! Rsrs). Essa prática é na verdade uma forma de integrar essas “partes de mim”, e me dar conta do que cada uma quer cuidar e de como posso encontrar estratégias quem atendam o que é importante pras duas, porque é tudo sobre mim mesma. O Marshall Rosenberg, criador da CNV, falou que o intrapessoal é um dos níveis de alcance da Comunicação Não Violenta, além do interpessoal e da mudança social.
E você, tem alguma decisão difícil aí pra tomar? Que tal buscar o apoio da CNV pra olhar pra ela?
