Os 4 componentes essenciais da CNV
Essa talvez seja a parte mais conhecida da Comunicação Não Violenta. Sim, são seus componentes essenciais, mas vale lembrar que não são 4 passos, ok?
Marshall fala que eles formam a “mecânica da CNV”. Eu gosto de entender esses elementos como uma estrutura, que nos ajuda a fazer a tal mudança de paradigma que a gente falou na postagem anterior. Cada vez que a gente usa essa outra estrutura pra formular um pensamento, a gente fortalece essa visão de mundo focada em parceria, ganha-ganha e poder com. É um processo iterativo, como diz Ike Lasater.
Sabe quando você tá aprendendo um novo idioma? Você estuda a gramática da nova língua e aprende quais as funções das palavras, como elas se relacionam entre si e como você pode organizá-las em uma frase. E essa nova organização vai aos poucos ajudando você a pensar (!) naquela nova língua. E aí você pode até esquecer a parte teórica da gramática, porque ela já tá incorporada!
Bem, eu vejo que os componentes da CNV funcionam de um jeito bem parecido. Então vamos relembrar quais são eles:
- Observação: quais são os fatos, o que realmente ocorreu, independente da interpretação que eu ou outra pessoa dá a isso.
- Sentimentos: como me sinto quando vivencio ou lembro dessa situação que ocorreu. Como meu corpo reage. Eles podem ser sentimentos confortáveis ou desconfortáveis, mas todos são válidos e importantes na visão da CNV.
- Necessidades: aquilo que a vida precisa pra se sustentar em mim, e que é comum a todos os seres humanos. Podem estar atendidas ou desatendidas, e são a raiz dos nossos sentimentos.
- Pedido: uma forma de contar sobre minhas necessidades que deixa claro para o outro quais estratégias me ajudam a cuidar delas, deixando-o livre para dizer “não”. O pedido pode ser entendido também como uma escolha consciente do modo como vou cuidar das minhas necessidades, e nem sempre se referem a ações de outras pessoas.