Dica de filme: "Arlo, o menino jacaré"
Vou logo avisando: Arlo é um filme meio estranho. Tem um estilo surrealista que me lembra um pouco a série “Adventure Time”, com um roteiro contra-hegemônico (adoro!) e uma mistura de personagens meio fantásticos, mas plenos de humanidade. A começar pelo protagonista, que é um menino jacaré, como o nome do filme anuncia.
Arlo foi abandonado na maternidade e adotado por Edna, uma mulher que tem problemas com a polícia, ao mesmo tempo que é um poço de carinho e empatia. Eles moram isolados em um pântano, e Arlo se sente sozinho: não pertence nem ao mundo humano nem ao mundo animal. Quando ele descobre a identidade de seu pai e onde ele mora, resolve ir em busca de respostas sobre sua origens. E é aí que a aventura começa.
Durante a viagem, Arlo vai conhecendo pessoas (ou melhor dizendo, seres) e fazendo amigos. Bertie é uma menina gigante, que sofreu muito preconceito ao longo da vida, o que endureceu seu coração. Por isso, ela vive se mudando. Mas aceita viajar com Arlo, e uma amizade profunda vai se construindo.
Eles conhecem Perlúcia, Tony e Alia, uma trupe de trapaceiros que está tentando ganhar a vida com uns “esquemas”. Um deles é salvar seu amigo Marcelo, um peixe que odeia crianças.
Pra dar mais emoção à viagem, um casal de “pilantras” segue na cola da turma. Seu objetivo é capturar o menino jacaré e ganhar dinheiro com ele. (Fica ligada/o no diálogo entre os dois ao final do filme).
Mas eles não são alcançados e chegam ao seu destino. Finalmente Arlo encontra seu pai e… (alerta de spoiler!) ele é rejeitado. A partir daí, o filme conta uma história de restauração: o encontro com o outro que proporciona a conexão consigo mesmo.
O filme é cheio de os diálogos profundos, mas também leves e às vezes muito engraçados, que revelam as contradições dos personagens, suas imperfeições, suas dores, sua diversidade, e ao mesmo tempo como se reconhecem uns nos outros quando olham pro que é importante de verdade pra eles: conexão, pertencimento, companhia. Apesar da aparência externa (tem jacaré, rato, tigresa, bola de pelo...), uma profunda humanidade se revela!
Bom, eu amo esses roteiros do tipo “vou fazer uma viagem pra buscar tal coisa/pessoa, mas no final descubro que encontrei o que eu procurava no caminho”. Arlo, o menino jacaré é bem assim. Por isso, se for assistir o filme, desfrute toda a viagem! Ah, e depois me conta aqui o que você achou, tá?!