As 4 distinções básicas da CNV


As quatro distinções básicas da Comunicação Não Violenta nos convidam a um exercício constante de separar as coisas, diminuindo a confusão que fazemos dentro da nossa cabeça e também com as nossas palavras.

Acontece que muitas vezes nós confundimos, por exemplo, nossa interpretação da realidade com a realidade mesma, e acabamos impondo uma opinião como se fosse verdade. E isso pode acabar causando brigas e desentendimentos – além dos conflitos internos (intra-pessoais), fragilização da autoestima, falta de confiança em si mesma/o e por aí vai...

Estar atenta/o a essas distinções nos ajuda a manter nossa atenção focada no que é importante de verdade e tem um grande poder na resolução e na prevenção dos conflitos.

As distinções básicas colocam lado a lado os quatro componentes essenciais da Comunicação Não Violenta (se você chegou aqui agora, volte uma postagem, rsrsrs) e outros elementos da nossa linguagem-pensamento, nos lembrando que são coisas diferentes – e que às vezes até se complementam. Então vamos a elas:

Observação ≠ Interpretação: separar o que aconteceu (que poderia ter sido registrado com uma câmera ou microfone) da interpretação que fazemos sobre isso. Ex: “João quase não deixou pizza pra gente” (interpretação) é diferente de “João comeu 4 das oito fatias da pizza que pedimos” (observação)

Sentimentos ≠ Avaliações:
muitas vezes confundimos avaliações que fazemos sobre nós mesmas/os ou sobre os outros com o que estamos sentindo de verdade. Ex: “Me sinto uma fracassada!” (avaliação) é diferente de “Me sinto muito frustrada de não ter passado nesse concurso” Também chamamos essas avaliações disfarçadas de pseudo-sentimentos.

Necessidades ≠ Estratégias: separar o que nós precisamos pra sustentar a vida em nós das ações e recursos que escolhemos pra cuidar disso. Ex.: “Preciso manter meu emprego” (estratégia) é diferente de “Manter meu emprego me traz segurança” (a estratégia que cuida de uma necessidade).

Pedido ≠ Exigência: muitas vezes pedimos algo para alguém sem dar a outra pessoa a opção de dizer ‘não’. Perceber quando estamos fazendo exigências nos ajuda a escolher com mais consciência como queremos cuidar das nossas necessidades. Ex.: “Só vai comer sobremesa se terminar o almoço todinho” (exigência) é diferente de “Filho, me preocupo com a tua alimentação, o que você acha de colocar brócolis e feijão no seu prato?”

PS.: pra ser exata, só saberemos se isso é mesmo um pedido ao ouvirmos a reação ao ‘não’ do outro.

Agora tou muito curiosa pra saber como essas ideias ressoam aí pra você. Você quer me contar?