Acolher não significa concordar
Sabe aquelas sincronicidades que fazem com que uma mesma palavra apareça em diversos contextos, ditas por várias pessoas diferentes, num mesmo período? Isso tem acontecido comigo. E a palavra é Acolhimento.
Há uns dias, essa palavra apareceu numa conversa com Benki, e eu achei muito fofo – e engraçado também. Compartilho com vocês.
Há uns dois dias, eu tava com enxaqueca. Horas depois de tomar um remédio, contei pro Benki que já tava melhorando.
Ele disse:
- Eu sempre pensei que enxaqueca fosse uma doença cuja cura se chamava par empático*.
Eu ri e disse:
- Com certeza o par empático é parte da cura, Benki.
E ele perguntou:
- Mamãe, o que é que um par empático faz?
Eu respondi:
- Escuta a outra pessoa, Benki.
E ele:
- Só escuta, não fala nada?
Respondi que sim, o par empático fala apenas o que ajuda a outra pessoa a se conectar com ela mesma. E dei o exemplo de como eu falo com ele quando ele não tá bem, palpitando sentimentos e necessidades. E finalizei:
- É uma escuta com empatia, com acolhimento. Não quer dizer que você tem que concordar.
Ele completou:
- Com certeza! Acolhimento não significa concordar. Muito pelo contrário. Acolhimento é, não importa se concordar ou se discordar, tentar ao máximo possível entender a outra pessoa.
Eu celebrei:
- Uau! Você descreveu perfeitamente, filho!
* Pra quem não conhece, “par empático” é uma estratégia de prática da Comunicação Não Violenta em que formamos uma dupla e sistematicamente nos encontramos (pode ser à distância, claro) e pra oferecer e receber escuta.