De onde vem a CNV?
Vamos falar um pouquinho sobre os fundamentos da Comunicação Não Violenta. Você sabe em quem e em que sabedorias Marshall se inspirou?
Sua história de vida foi marcada por preconceito e violência, já que ele cresceu como minoria religiosa (vinha de uma família de judeus) em uma cidade americana marcada pelos conflitos étnico-raciais. Por outro lado, ele convivia com pessoas que chamavam sua atenção por suas atitudes compassivas, como seu tio, que cuidava de sua avó todos os dias com um lindo sorriso nos lábios. Ele conta que estudar as pessoas que ele realmente admirava foi a principal fonte de pesquisa para sistematizar a CNV. Ele se perguntava: “Por que há pessoas como meu tio que parecem gostar de contribuir para o bem estar de alguém, ao mesmo tempo em que outros seres humanos praticam violência contra o semelhante?”
Então Marshall foi estudar Psicologia, onde foi aluno de Carl Rogers. Ele se inspirou bastante nas ideias desse autor, em especial nas características das relações de apoio, também chamadas de condições facilitadoras: empatia, congruência (também chamada de autenticidade e honestidade) e aceitação positiva incondicional. Qualquer semelhança com os caminhos de conexão da CNV não é mera coincidência!
Marshall também estudou sobre religião comparada, e descobriu que parece haver um certo consenso entre todas as religiões sobre o modo como devemos viver. Ele cita em seus livros uma grande referência nessa área: o mitólogo Joseph Campbell. E conta que em seus estudos, Campbell chegou à conclusão de que exite algo em comum em todas as religiões, uma ideia que pode sintetizada na frase: Não faça nada que não seja por prazer!
Os movimentos de não violência foram também uma fonte de inspiração, que se reflete inclusive no nome da proposta que ele concebeu. Marshall explica que usa o termo não-violência com o mesmo sentido dado por Mahatma Gandhi, liderança espiritual importante na resistência pacífica da Índia contra o colonialismo inglês. Não violência é uma tradução literal da palavra sânscrita “ahimsa”, que tem um significado muito profundo e segundo Marshall, se refere ao nosso estado compassivo natural quando a violência tiver se afastado do coração.
Certamente muitos outros encontros e pessoas influenciaram Marshall ao longo de seus mais de 40 anos de caminhada com a Comunicação Não Violenta. E você, foi influenciado por alguém a buscar relações mais harmoniosas com as outras pessoas?