Sobre querer resolver a vida do outro
Dia desses uma amiga contou numa roda de amigos que estava sofrendo com ansiedade. Rapidamente uma chuva de conselhos caiu sobre ela: “yoga é muito bom pra ansiedade”, “olha, eu passei por isso e só resolvi tomando medicação”, “vai fazer uma viagem!” e por aí vai...
Muitas vezes, quando alguém nos diz que não está bem ou conta pra gente um problema, rapidamente reagimos com um conselho ou contando uma situação parecida que a gente já viveu. A intenção geralmente é muito boa: ajudar a outra pessoa a resolver sua dificuldade ou inspirá-la a uma forma de resolver contando qual foi a solução que nós encontramos. (alguém se identificando por aí?)
Fazemos isso pra cuidar de uma necessidade vital nossa: Contribuição. Queremos contribuir pro enriquecimento da Vida. Mas as consequências disso podem não ser tão positivas quanto gostaríamos. Muitas vezes, quando reagimos assim, não conseguimos nem mesmo contribuir.
Ao longo da nossa educação, aprendemos que somos responsáveis pela felicidade do outro. Então quando alguém nos conta um problema, acreditamos que temos que resolver, ou pelo menos mostrar uma solução. Mas ao aconselhar ou contar uma história, bloqueamos a Empatia e deixamos a pessoa sozinha com seu problema. Não conseguimos mais escutar de verdade a sua dor. (Minha amiga me disse depois: “já tentei tudo isso, e quando ouvi eles dizendo aquelas coisas, fiquei me sentindo uma incompetente!”)
E se não a escutamos, não podemos ajudá-la a entrar em contato com suas próprias Necessidades e acessar a sabedoria que ela mesma já carrega. Essa sabedoria pode levá-la a uma solução muito diferente da que nós sugerimos ou da que escolheríamos pra nós. Mas essa provavelmente é a melhor solução pra ela, a mais sustentável.
Receber Empatia nos ajuda a acessar nosso próprio potencial criativo. E além de resolver a situação difícil, ainda saímos fortalecidos dela!
E você, costuma dar conselhos? Já viveu algo assim?